A Paraíba está se especializando na fabricação de cachaça de alambique sofisticada, direcionadas aos públicos A, B e jovem, com produtos que chegam a R$ 7 uma garrafa de 300 mililitros, preço superior a exemplares conhecidos de vinhos nacionais. De acordo com o diretor do Sindicato da Indústria de Bebidas do Estado da Paraíba, Luís Magno Leite de Almeida Filho, das 30 marcas de cachaça artesanal fabricadas no Estado, 25 são destinadas a esse público. Ele destacou que a cachaça de alambique está deixando de ser uma bebida popular e se tornando uma bebida sofisticada, que já está conquistando espaço ao lado dos whiskys, vinhos, licores e conhaques.
Não importa como se chama – Brejeira, Chiripita, Dona Branca, Água que Passarinho não Bebe, Pinga, Aguardente, Cana, Moléstia dos Cachorros, Tome-juízo, Arrebenta-peito – a produção de cachaça, uma bebida destilada da cana-de-açúcar cujo consumo está em expansão em todo o País e que já atingiu as classes A e B, há muito tempo, terá aumento de 15% nessa safra 2011-2012, na Paraíba.
O Estado se tornou o maior produtor de cachaça de alambique no País, conforme o presidente da Associação Paraibana de Engenhos de Cana-de-açúcar (Aspeca), Vicente Lemos. Os cachaceiros – neste caso, os fabricantes da cachaça – comemoram os bons resultados e, neste ano, os produtores paraibanos vão produzir algo em torno de 15 milhões de litros do destilado, conforme previsão do presidente da Aspeca, contra 2.800 milhões de litros do ano passado. De acordo com Luís Magno, 50% dos clientes que compram a cachaça de alambique são proprietários de restaurantes e bares que possuem público classe A e B e que é freqüentado, em sua maioria, por jovens. “Uma das formas que atraem o consumo desse público é a oferta de opções diversificadas de cachaça, como a mistura com frutas, por exemplo. A cachaça é oferecida como um produto rústico e alternativo, muitas vezes adquirido com status de bebida de luxo pelo caráter exótico com que é comercializado”, observou.
Assim como ele, Vicente Lemos destacou que, desde o ano de 2001, o mercado formado por pessoas das classes A e B, mais o público jovem, vêm consumindo a cachaça. “Mas é bom que o consumo seja moderado”, advertiu Vicente Lemos.
Luís Magno explicou que a produção da cachaça artesanal mais sofisticada é feito através de alambiques de cobre e o processo de fermentação e destilação demora mais que o dobro de tempo das cachaças de alambique convencionais. Para ficar pronta, a cachaça passa mais de 15 horas sendo elaborada. Já as cachaças mais comuns passam por esse processo em um intervalo de sete horas em colunas de destilação de aço inox.
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