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"IMPRENSA É OPOSIÇÃO. O RESTO É ARMAZÉM DE SECOS E MOLHADOS". MILLÔR FERNANDES

16 de novembro de 2011

Paraíba aparece em terceiro lugar por analfabetismo em cidadãos com mais de 10 anos de idade

Dados completos do Censo 2010 divulgados na manhã desta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam a redução do analfabetismo em todas as regiões e a manutenção dos quadros de desigualdade - a população branca ganha até 2,4 vezes mais que a negra nos municípios de maior porte e o homem ganha 42% mais que a mulher. Com uma população de 190,7 milhões, o Brasil tem 84,4% de seus habitantes morando nas cidades e quase 40% das famílias chefiadas por mulheres. Outro dado é que 80% das mortes de jovens entre 20 e 24 anos são de homens.
Na educação, o analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais caiu de 13,6% em 2000 para 9,6% em 2010. Na área rural, porém, o analfabetismo da população com 15 anos ou mais ainda é de 23,2%. Houve queda, ainda, na faixa de 10 a 14 anos de idade: o analfabetismo foi de 7,3% em 2000 para 3,9% em 2010. Alagoas foi o estado com maior percentual de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais (22,5%), seguido de Piauí (21,1%), Paraíba (20,2%) e Maranhão (19,3%).
Se o quadro do analfabetismo melhorou no país, os dados sobre saneamento apontam que este setor carrega ainda o principal atraso no desenvolvimento socioeconômico brasileiro. Em 2000, 62,2% dos domicílios tinham acesso à rede de esgoto e fossa séptica. Em 2010, esse percentual ainda é de 67,1%. As disparidades entre as regiões em 2010 mostram situação ainda pior: enquanto no Sudeste o percentual é de 86,5% e no Sul, de 71,5%, no Centro-Oeste ele é de 51,5% e, no Nordeste, é de 45,2% -- ou seja, mais da metade dos domicílios no Nordeste não contam com rede de esgoto. No Norte, o percentual chega a ser pior: 32,8%, o que significa que cerca de 70% dos domicílios não têm rede de esgoto.
Os dados sobre renda também apontam para a situação de desigualdade no país. Na divisão do bolo de rendimentos domiciliares, a maior parcela vai para os 10% que ganham mais: 42,8% dos rendimentos domiciliares, enquanto os 10% mais pobres têm apenas 1,3% desses rendimentos. No Nordeste, a concentração de renda é maior: 10% mais pobres não conseguem ficar nem com 1% da renda (0,9%). A desigualdade ocorre também quando se olham os dados por gênero: homens ganham 42% mais que as mulheres (R$ 1.395 contra R$ 984). Além disso, nos dados por cor e raça, o ganho dos brancos chega a ser 2,4 vezes maior que o de negros nas cidades com mais de 500 mil habitantes. Já onde o saneamento é inadequado, vivem 70% dos que têm rendimento domiciliar per capita de meio mínimo.

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