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| Herivelt Felix |
Sempre ouvi que Itabaiana possui uma cultura riquíssima, e ainda ouço, além de que Itabaiana é um “celeiro” de artistas. Acredito que exista um problema quanto a essas duas afirmativas.
No que diz respeito aos artistas, dizer que Itabaiana é um “celeiro” de artistas deixa entender que existem órgãos ou instituições preocupados em formar artistas, mas os artistas itabaianenses de ontem e de hoje se fazem ou se fizeram sozinhos e sozinhos se encontram, sem apoio algum para desenvolverem sua arte, salvo alguns que são procurados e patrocinam de alguma maneira algum desses artistas, e salvo também aqueles artistas que se destacaram e tiveram repercussão nacional e até internacional, pois seu talento superou a indiferença da cidade.
Já em relação à cultura, o problema é ainda maior. O filósofo grego Platão, acreditava que não podemos ser ou ter algo que não saibamos o que esse algo é. Concordo com ele, pois dizemos que possuímos uma cultura riquíssima... Será que temos? Mas, na verdade, o que é cultura? Cultura é um conceito muito amplo para ser discutido aqui, poderia expor vários pensadores, mas fiquemos com o antropólogo belga Claude Lévi-Strauss, quando ele diz que cultura deve ser considerada como um conjunto de valores simbólicos, entre os quais, se incluem a linguagem, a arte, a ciência, a religião, as normas econômicas, entre outras. Esses sistemas devem ser relacionar e influenciar a realidade social e física da sociedade.
Agora nos resta a pergunta: Com uma cultura massificada como a nossa, como a “cultura” que possuímos influencia a realidade social e física na qual vivemos?
Acredito que devemos pensar mais sobre essas questões, para podermos sair da inércia na qual o povo de Itabaiana vive.
Vivemos do nosso passado, choramingando no presente e sem perspectivas para o futuro.
Meu pensamento parece pessimista, mas a mudança só surge quando questionamos e analisamos nossos erros, e acredito que já erramos o suficiente.
Herivelt Felix
HERIVELT FELIX COM SEU DESABAFO ENGENHOSO IMPELE CRÍTICA CONSTRUTIVA AO MOMENTO DELICADO QUE VIVE NOSSA ESTIRPE COM SEUS ARTÍSTAS SEM LUZ LÍMPIDA NO FIM DO TÚNEO. COM SEU ARTIGO CHEIO DE VERDADE, CONTEÚDO E CONTEXTO FAZ EMERGIR VERDADES ÁRDUAS PARA IMERGIR EM DISCERNIMENTO E ASSIM REENCONTRAR O CAMINHO ONDE REINA A CORAGEM PARA CONTEMPLAR NOVOS HORIZONTES POR UMA CULTURA DE PAZ COM LABUTAÇÕES NOS PALCOS DA VIDA; SEM OSTRACISMO VOLUTÁRIO OU INVOLUTÁRIO!... E DO POETA ITABAIANENSE " JOSÉ DE ALMEIDA MÉLO " EM SEU LIVRO " ECOS INAUDÍVEIS " ENCONTRO UM PALIATIVO PARA ESTE MOMENTO: Ser feliz é poder optar, é ter o direito de viver com dignidade e ser comum como a maioria dos homens. O RESTO É CAPRICHO E VAIDADE!...
ResponderExcluirMuito Obrigado pelo comentário, Marcelo!
ExcluirHerivelt, parabéns. Muito boa sua crônica. É complicado falar de cultura, principalmente no mundo capitalista selvagem que vivemos. Gosto muito de ler sobre arte, principalmente biografias de artistas que se projetaram dentro dela. Quando você diz que um artista se faz sozinho isso é a pura verdade, os de Itabaiana não poderiam ficar de fora. Cultura é talento, e talento não se cria, é coisa nata. È verdadeiro se dizer que um artista quando cria não se incomoda se ela irá render ou não ganhos financeiros, ele cria por amor, como exemplo, cito Aleijadinho e Vitalino, ambos criaram até mesmo quando suas condições físicas não mais os permitia. Já outros pela ganância do dinheiro perderam a simplicidade e tornaram-se arrogantes, mas conseguiram valorizar mais sua assinatura do que sua criação, e produziram muitas porcarias que se tornaram obras famosas e ele riquíssimo.
ResponderExcluirDizer que Itabaiana é um “Celeiro” de artista realmente é exagero, porque ninguém forma um artista, as vezes se lapida. Eu em particular acho que tudo que se cria é arte, e tudo que copia é artesanato, obviamente o artesanato existe porque alguém criou a matriz, e milhares passou a copiar. Talvez a habilidade do aprendizado do povo os iluda como sendo um artista. Agora não podemos descartar que de dentro do artesanato surja um artista.
Eu sou um itabaianense do ontem e testemunho que existia pessoas que se preocupavam em ensinar uma arte aos nossos conterrâneos. A fundação da União de Artistas e Operário de Itabaiana é uma prova disso. Vale ressaltar que na época não existia Lei que determinasse verba publica para tal fim, tudo era bancado por alguns cidadãos da sociedade, poderiam ser ate políticos com interesse em votos, mas mantinham a fundação.
No HOJE, continua a luta por se manter o aprendizado de arte ou artesanato como se queira entender. Mas é preciso mendigar para isso. A Lei dispõe verbas, mas a cultura nada recebe, talvez algumas cuecas sim.
È importante referenciar, também, o ensino fundamental do “ontem e do hoje” com relação a cultura.
No ontem , eu cursei todo ensino fundamental nos bancos escolares de Itabaiana, alem de aprender ler, calcular, conhecer a historia e a geográfia, também aprendi musica ( Prof. Gilka Toscano ) canto ( Dr. Almeida ), desenho geométrico e Caligrafia artística ( Prof. Nini Paes), desenho artístico e pintura ( Prof. Major Raul) e instrumento de percussão ( Cabo Totô na Banda Marcial).
No hoje, sem comentários, vejo o resultado do aprendizado na grafia que leio nos comentários dos blogs de Itabaiana.
Terminando digo:
Herivelt junto com todos itabaianenses não vivam do passado, leiam sobre ele apenas, lutem no presente para garantir o futuro promissor de Itabaiana.
È de pessoa como você que Itabaiana precisa ler verdades
Orlando Araujo
Muito obrigado, Orlando Araújo! Fico, verdadeiramente, lisonjeado com seu comentário. Fique certo que vou continuar escrevendo mais algumas verdades que acredito que devam ser escritas.
ExcluirOrlando Araujo! sinta-se convidado para contribuir com seus textos! sera um prazer conta com vc!!!
ResponderExcluirsaymonrc@gmail.com
Obrigado Symon, será um prazer. Mesmo não sendo um jovem , sempre que possivel, escreverei algo da experiencia vivida. Admiro muito jovens que se empenham em trabalho como esse de vcs.
ExcluirParabens a todos que fazem esse blog.
Orlando Araujo