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sábado, 8 de dezembro, dia dedicado pelos cristãos católicos a Nossa Senhora da
Conceição, respeitosamente chamada de Virgem Maria , Mãe de Jesus Cristo, o
Filho de Deus, concebido sem o pecado original e adotado por José o marceneiro,
tudo segundo as religiões cristãs, obviamente cada uma com seu ponto de vista
diferente, umas com muito respeito, outras com respeito singelo e, outras com
indiferença e ate mesmo com blasfêmia a mulher que foi pré-destinada a ser a Mãe do Salvador.
No
dogma da religião católica, a Virgem Maria é conhecida por diversas identidades
de acordo com sua aparição espiritual aos fiéis religiosos, nos cultos afro é
chamada de “Iemanjá”, a Rainha do Mar , nas demais crenças como tudo é voltado para Jesus como o todo Poderoso, ela representa apenas sua genitora
e nada mais além disso.
Aqui
no Brasil, principalmente na região Nordeste, Nossa Senhora da Conceição apesar
de ser a mesma Nossas Senhoras, tem uma
representatividade maior no âmbito da fé
e se destaca até mesmo sobre a Padroeira oficial do Brasil,
no caso Nossa Senhora Aparecida, por
essa razão 8 de dezembro é feriado em todos Estados Nordestinos oficializado ou não.
Em
quase totalidade dos municípios do nordeste, o período 01
a 08 de dezembro é dedicado exclusivamente á adoração a
Maria da Conceição através de muita
reza, missas, pagamento de promessas por graças alcançadas, novos pedidos e com
festas de rua para diversão do publico.
As
religiões afro também de acordo com seus princípios fazem seus cultos á
Iemanjá mediante oferenda de muitas
flores que são lançadas ao mar, rios ou lagos.
A
simbologia dessa data é muito forte em muitas cidades, aqui no Recife, por
exemplo, o Morro da Conceição, apesar de ter peregrinação durante todo ano,
nesta semana torna-se cenário nacional, tanto de atos religiosos como de festa
de rua, o publico chega a ultrapassar o
numero de um milhão de pessoas.
Em
particular, 8 de dezembro me transporta ao passado e traz boas recordações da infância e
adolescência, tempo esse que quando existe algo marcante nos torna nostálgico
nas etapas seguinte da vida, e ora escrevo lembrando da Festa de Nossa Senhora
da Conceição de Itabaiana Paraíba do Norte, minha inesquecível terrinha.
Quem
viveu nessa cidade nas décadas de 1950 / 70, deve sentir o mesmo que eu, porque
realmente os preparativos da festa e sua realização se faziam de forma ampla,
onde todos se divertiam no participar e
no assistir dos festejos.
No
meado do mês de novembro tudo começava, chegava o tão esperado “ Parque Maia”,
com sua enorme roda gigante, carrossel,
canoas, ondas e sua famosa difusora com
musicas românticas e junto a elas
através da locução, os enamorados
as ofereciam a quem o interessava, juntamente com uma mensagem de amor. Esse
parque também promovia concurso de beleza intitulado “ Garota do Parque” mediante venda de votos cuja renda se
destinava a paróquia.
Também
se instalava o Parque do Sr Arcoverde,
era mais simples, composto apenas por canoas , carrossel de cadeirinhas e
peixinhos onde se divertiam as
crianças menores, sem esquecer do
carrossel do Sr. Posidônio. Em toda
extensão direita e esquerda da Igreja se montava barracas de tiro ao alvo, diversos bazares, a
casa do homem que virava macaco, cachorros quentes, as bolas coloridas (bexiga)
e tantas outras coisas mais que somente apareciam sendo vendida na festa, uma
dessa coisas que sempre recordo, era uma pequena caixinha com passas que eu muito gostava. Edna Paiva em seu
livro, relembra a Bagaceira, que eram barracas especializadas na venda de
legitimas cachaças que se bebia acompanhada de caju e tinha uma freguesia certa.
O
pavilhão central da festa era um espetáculo à parte, onde belas moças a cada
ano representavam algo, por exemplo, loiras X morenas, cuja tarefa era com sua
graça servir as mesas e
convencer os freqüentadores investir no seu partido. Ricos leilões era realizado para angariar dinheiro.
Na parte interna do pavilhão os ricos bebiam, comiam e gastavam para eleger o
seu partido, e do lado externo o povo tudo acompanhava e torcia pela vitoria de
seu partido.
Todo
o sucesso da festa era fechado com um
brilhante trabalho da inesquecível jornalista Socorro Costa, que tinha e
incumbência de redigir e editar um famoso jornal que circulava durante a festa
e que o publico ficava ansioso para ler. Quem leu o “Gafanhoto”, nunca o
esqueceu.
Assim
resumo, a Festa de Nossa Senhora da Conceição de Itabaiana / Paraíba / Brasil.
Orlando
Araujo
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