Seleção Paraibana de 1953 - Em pé: Brasil. Kleber. Adalberto. Arrupiado. Tita e Letácio. Agachados: Hélcio. Arquimedes. Milton. Berto e Alfredo. |
NOMES ESTRANHOS
Tita foi um atleta itabaianense campeão paraibano pelo Auto Esporte e defensor da Seleção Paraibana. Era um lateral esquerdo clássico. Jogou ao lado de um zagueiro chamado Arrupiado, pertencente ao Treze de Campina Grande. O outro zagueiro chamava-se Letácio e o goleiro desse time de ouro paraibano atendia por Brasil. Tita jogou pelo União de Itabaiana nos idos de 1952.
PAIZINHO
Outro jogador de Itabaiana que se destacou pelo Auto Esporte de João Pessoa, o Macaco Autino, foi Paizinho, sobrinho do craque Zé Paulino e ex-União Sport Clube. Paizinho era sargento da Polícia Militar. Era sempre o capitão do time, devido à patente. Costumava dizer: “quando jogo futebol, sou promovido”.
ZÉ TAVARES
Zé Tavares jogava pelo União Sport Clube, depois fundou o Vila Nova, que se tornaria o maior rival daquela agremiação itabaianense. Tornou-se industrial e empregava os melhores jogadores da cidade em sua indústria de sabão e velas.
ZÉ DO CURTUME
Zé do Curtume era proprietário de uma indústria de curtição de couro e usava o mesmo método de Zé Tavares para formar o plantel do seu time, Conceição Futebol Clube: fichava o atleta promissor na sua empresa.
VALDO DO CORREIO
Esse era empregado na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e tinha bastante prestígio no seu trabalho. Trazia jovens atletas bons de bola para trabalhar como carteiros e jogar no Vila Nova.
MODA DA EUROPA
Apaixonado por futebol, Zé Tavares não perdia Copa do Mundo. Viajava com a família para os países sedes das copas desde 1962. Em uma dessas copas, viu os times europeus envergando uniformes de aquecimento devido ao frio da região. Achou charmoso. De volta a Itabaiana, comprou e fez seu time vestir pesadas jaquetas com calças de aquecimento físico. O time suava “como pano de cuscuz” no calor escaldante de Itabaiana.
ZÉ MAROJA (1)
Esse também foi craque no futebol de Itabaiana. Jogou profissionalmente pelo América do Recife. Foi atleta do União, chutava forte com a esquerda e a direita. Na vida pessoal, era uma espécie de Ronaldinho daquele tempo. Quando não estava jogando, gostava de farras.
ZÉ MAROJA (2)
Nas suas brincadeiras no baixo meretrício, Zé Maroja costumava armar barracos. O delegado mandou chamar e avisou: “Se voltar a arrumar confusão no cabaré, mando prender”. Precavido, Maroja procurou nosso Escritório de Advocacia Sobral Pinto para obter um “habeas corpus” preventivo para evitar a prisão, já que pretendia “dar umas voltas” na zona.
EDMILSON
Edmilson Jurema foi zagueiro do União e fez história pela dedicação ao time e por jogar um tanto “pesado”. Não economizava botinadas e, de vez em quando, jogava areia nos olhos dos atacantes. Ele explicava seu estilo: “Não dou nem troco pontapés, apenas quebro o ritmo do atacante na hora certa. Mas não sei fazer falta com categoria como Nilton Santos”.
O DIA DO BANDEIRINHA
O jogo era entre Santa Cruz e Sport do Recife. No apito, o famoso Sebastião Rufino, Coronel e Comandante da Polícia Militar de Pernambuco. Seus auxiliares: Armindo Tavares e Zé Araújo, de João Pessoa. Guaberinha, um lateral esquerdo violento do Santa Cruz, esculhambou Armindo. Recebeu o troco: o bandeirinha aplicou uma surra com o pau da bandeira no atleta indisciplinado. Depois do jogo, Armindo Tavares explicou à imprensa: “Eu não iria levar desaforo pra casa tendo o comandante da polícia como meu chefe imediato!”
EXPULSÃO COLETIVA
Na cidade de Mari, jogavam os quadros do Brasil e do Picolé. Jogo disputado, no primeiro tempo o juiz João Peão distribuiu nove cartões amarelos e expulsou dois jogadores de cada lado. Aos 30 minutos do segundo tempo, depois de uma briga generalizada, não sobrou ninguém dentro de campo: os 22 jogadores foram expulsos. O jogo acabou com o placar de 0 a 0.
— Não tinha o que fazer. Simplesmente eu peguei o cartão vermelho, girei no ar para todos os lados e disse 'tá todo mundo expulso' — relembra o árbitro.
— Não tinha o que fazer. Simplesmente eu peguei o cartão vermelho, girei no ar para todos os lados e disse 'tá todo mundo expulso' — relembra o árbitro.
ENTREVISTA
Guri foi zagueiro do Treze de Campina Grande. Matuto de Mari, recém chegado a um time profissional, Guri teve que dar entrevista a uma rádio no final de um clássico Treze X Campinense.
-- Guri, o que achou do jogo?
-- Eu mesmo não achei nada, mas parece que um cara aí achou um cordão de ouro dentro de campo.
(Do livro "Fatos pitorescos do futebol", de Arnaud Costa, inédito)
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